A seguir são comentadas as questões para as quais foram recebidas mais dúvidas quando disponibilizadas para os usuários Controllab
Pergunta 1: A resposta é a opção 2. Na rotina é permitido que, pelo menos (no mínimo), 250 células sejam contadas para se ter aceitabilidade e representatividade do mielograma diferencial. Não são aceitas contagens em apenas 100 células como na rotina do leucograma diferencial.
Pergunta 2: A resposta é a opção 2. A celularidade total da medula no mielograma é obtida apenas qualitativamente pela estimativa da proporção entre gordura e células, de acordo com a idade do paciente. É feita nos grumos (partículas ósseas) da medula. Não é obtida por contagem quantitativa, pois pode haver hemodiluição pelo sangue sem a segurança de se tratar da medula propriamente dita. Um material de medula com grumos assegura que nessa região do esfregaço não haja hemodiluição em sangue.
Pergunta 3: A resposta é a opção 4. A contagem diferencial do mielograma é feita geralmente após a contagem de pelo menos 250 células; ou em 500 células. Para que esse valor de células seja traduzido em percentagem (“por cento” ou por cem) o valor de 250 células deve ser multiplicado por 0,4; nos casos onde 500 células sejam contadas, o valor de células obtidas ao final de 500 células deve ser multiplicado por 0,2.
Pergunta 4: A resposta é a opção 3. A relação G:E determina a proporção entre células granulocíticas e células eritroides, desse modo pode significar um aumento real da linhagem granulocitica ou apenas uma diminuição relativa da série eritroide sem que a série granulocítica tenha aumentado de fato.
Pergunta 5: A resposta é a opção 4. A relação G:E corresponde à proporção entre as linhagens granulocítica e eritroide. Quando outra linhagem (linfomonoplasmocítica) ou tipo celular anormal (por ex: blastos) for predominante indica que as duas séries (G e E) devam estar realmente diminuídas o que faz com que a interpretação da relação G:E não tenha sentido prático (pois ambas estariam diminuídas). Também nos casos de hemodiluição haveria pouca representatividade dessa relação G:E pois as células nucleadas eritroides costumam estar ausentes no sangue. Na aplasia tanto G quanto E estão igualmente diminuídas e a G:E não tem representatividade.
Pergunta 6: A resposta é a opção 1. A presença normal de megacariócitos (células que não vão para o sangue) ao redor dos grumos medulares (pequenas partículas ósseas) ao final do esfregaço do aspirado de medula assegura que o aspirado de medula é representativo. Medula sem grumos e apenas com células comuns de sangue sugerem hemodiluição. Ausência de megacariócitos na medula em sangue sem plaquetopenia também sugere hemodiluição.
Pergunta 7: A resposta é a opção 2. As suspeitas de hemofilia (doença da hemostasia secundária) com risco eminente de sangramento não requer mielograma. As citopenias (ou pancitopenias) sem esclarecimento merecem mielograma. Hepatoesplenomegalias inespicadas também requerem mielograma.
Pergunta 8: A resposta é a opção 2. A PTI é uma plaquetopenia causada por destruição das plaquetas no sangue, mas não por baixa produção na medula, desse modo é caracterizada pela presença elevado número de megacariócitos ao redor dos grumos medulares (pequenas partículas ósseas) ao final do esfregaço do mielograma em paciente com severa plaquetopenia no sangue.
Pergunta 9: A resposta é a opção 4. O bloqueio maturativo é o mecanismo clássico das leucemias agudas. Caso ele ocorra na linhagem granulocítica evidencia se tratar de neoplasia mieloide, portanto, leucemia mieloide aguda.
Pergunta 10: A resposta é a opção 3. O assincronismo maturativo é uma desarmonia morfológica na maturação núcleo citoplasma de uma célula ou linhagem celular, que caracteriza uma displasia celular, aspecto característico das síndromes mielodisplásicas.
Questão 11: A resposta é a opção 1. As células com assincronismo maturativo (o qual representa uma displasia celular) na medula por serem bizarras morfologicamente podem ser destruídas na própria medula e não serem lançadas no sangue. Desse modo, havendo assincronismo nas várias linhagens (eritroide, granulocítica e megacariocítica) é comum ocorrer medula hipercelular displásica e pancitopenia no sangue periférico.
Pergunta 12: A resposta é a opção 2. Na aplasia de medula não há formação de células de nenhuma das linhagens mieloides no sangue. Desse modo tanto a medula quanto o sangue são vazios de células.
Pergunta 13: A resposta é a opção 3. Nas neoplasias mieloproliferativas crônicas há aumento da proliferação celular com maturação preservada (sem displasia). Deste modo a medula é hipercelular e o sangue comumente apresenta aumento de leucócitos (hiperleucocitose por conta dos granulócitos) podendo ou não haver plaquetose.
Pergunta 14: A resposta é a opção 1. As neoplasias linfoproliferativas crônicas (leucemias linfoides primárias crônicas e os linfomas não-Hodgkin em fase leucemizada) são caracterizadas pela produção aumentada de células linfoides maduras (linfócitos anômalos, que são maduros, porém neoplásicos ou clonais) na medula e seu aumento real no sangue.
Pergunta 15: A resposta é a opção 4. Algumas leucemias agudas podem apresentar mais de 20% de blastos na medula e o sangue se apresentar com leucopenia, anemia e plaquetopenia, ou seja, pancitopenia. As pancitopenias são comuns nas aplasias e mielodisplasias. Por outro lado, as linfoproliferações crônicas comumente demonstram aumento característico de linfócitos neoplásicos no sangue.
Gabarito
Pergunta 1 – Opção 2
Pergunta 2 – Opção 2
Pergunta 3 – Opção 4
Pergunta 4 – Opção 3
Pergunta 5 – Opção 4
Pergunta 6 – Opção 1
Pergunta 7 – Opção 2
Pergunta 8 – Opção 2
Pergunta 9 – Opção 4
Pergunta 10 – Opção 3
Pergunta 11 – Opção 1
Pergunta 12 – Opção 2
Pergunta 13 – Opção 3
Pergunta 14 – Opção 1
Pergunta 15 – Opção 4
Elaborador: Raimundo Antônio Gomes Oliveira. Professor Associado das Disciplinas de Hematologia Clínica I e II da UFMA; Coordenador do Laboratório de Pesquisa Clínica do Centro de Pesquisa Clínica (CEPEC) da UFMA; Chefe do Serviço de Imunofenotipagem do CEPEC HU-UFMA que preta Assistência ao Instituto Maranhense de Oncologia Hospital Aldenora Bello. Doutor em Análises Clínicas – Hematologia pela FCF-USP.
Referências Bibliográficas:
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- Mielograma e Imunofenotipagem por citometria de fluxo em hematologia: prática e interpretação. Oliveira, RA; Pereira, J; Beitler, B. 1ª edição. Editora: Grupo Gen/Roca. 2015.
- Hemograma: como fazer e interpretar. Oliveira RA. 2ª edição. RED Editora. 2016