Questionário

EDIÇÃO 240 – GABARITO

PROTOZOOSES – AMEBÍASE

Análise das respostas e comentários dos participantes:

Pergunta 1: A alternativa correta é a opção 1. Alguns laboratórios possivelmente apresentaram dúvidas porque os métodos apresentados nas alternativas 2, 3 e 4 fazem diagnóstico de cistos de amebas. Os laboratórios devem se atentar que as formas trofozoíticas para serem diagnosticadas, deverão ser pesquisadas no método direto com o material a fresco ou através de métodos de coloração, como hematoxilina – férrica ou o tricrômio, os mais usados atualmente.

Pergunta 2: A alternativa correta é a opção 3. A imagem colocada mostra o cisto de Entamoeba histolytica/díspar na coloração a fresco. O tamanho do cisto da E. polecki é de 9-18 mm, com média de 11-15 mm e o tamanho da Entamoeba histolytica/díspar com 10-20 mm com média de 12-15 mm. Ambas possuem tamanho similar, no entanto pela figura podemos verificar que a cromatina perinuclear é pouco fina, condizendo com Entamoeba histolytica/díspar, já a cromatina perinuclear da Entamoeba polecki é mais fina. Aparece raramente no homem e nos exames a fresco, sendo mais visualizada em preparações coradas.

A Entamoeba polecki foi identificada pela primeira vez em 1912 na Czechoslovakia por Von Prowazek nas fezes de 2 estudantes de Kampuchea. Após estes casos foi identificada em fezes de porcos, mas nenhum outro caso humano foi identificado até 1949.

Pergunta 3: A resposta é a opção 4. As amebas que parasitam o homem, geralmente se localizam no intestino grosso, região do ceco e cólon.

Pergunta 4: A resposta é a opção 1. O hidróxido de magnésio pode também ser utilizado como laxante, mas tem um efeito mais demorado. O sulfato de sódio é o mais utilizado pelo seu efeito mais rápido na coleta da amostra.

Pergunta 5: A resposta é a opção 1. O tamanho dos núcleos dos cistos das amebas é mais difícil obter na coloração de lugol. O laboratório deve obter o tamanho do cisto, verificar o número dos núcleos e o cariossomo.

Pergunta 6: A resposta é a opção 3. A imunofluorescência não diferencia as espécies de amebas, e a coloração de tricrômio mostra a morfologia e também não consegue diferenciar as espécies.

Pergunta 7: A resposta é a opção 4. O abscesso cerebral pode ocorrer, mas o local de abscesso extra-intestinal mais frequente é o hepático.

Pergunta 9: A resposta é a opção 2. O vacúolo de glicogênio, que aparece na imagem da questão, é característico da Iodamoeba buetschlii.

Pergunta 11: A resposta é a opção 1. A principal sintomatologia e os casos clínicos de maior frequência são as infecções oculares por Acanthamoeba spp associados ao epitélio da córnea (ceratite amebiana), que é o principal sintoma desta ameba, já os dados epidemiológicos acerca das encefalites por Acanthamoeba spp no Brasil são escassos.

Pergunta 12: A resposta é a opção 3. As amostras fecais, diarreias amareladas contendo gordura costumam aparecer na giardíase.

Pergunta 13: A resposta é a opção 2. A E. Hartmanni têm tamanho menor que 10mm de diâmetro e esta característica permite diferenciá-la da E. histolytica, que é patogênica, ou seja tem ação no organismo humano causando os vários sintomas da amebíase.

Pergunta 14: A resposta é a opção 4. A coloração de Kinyoun é utilizada para a identificação de parasitas álcool-resistentes, como Cryptosporidum, Cyclospora, Cystoisospora; coloração do Gram-Chromotrope faz a identificação de microsporídeos e a coloração do Leishman é utilizada para a identificação dos hematozoários e também de Blastocystis hominis.

Pergunta 15: A resposta é a opção 1. No líquido puncionado de abscesso hepático por amebíase é comum encontrar as formas trofozoíticas das amebas e estas não podem ser identificadas em métodos de concentração, como o Faust ecols, que utiliza o sulfato de zinco que pode fazer romper a membrana da forma trofozoítica, mas métodos de coloração como o tricrómio, podem mostrar as formas trofozoíticas, bem como o método direto.

Gabarito

Pergunta 1 – Opção 1
Pergunta 2 – Opção 3
Pergunta 3 – Opção 4
Pergunta 4 – Opção 1
Pergunta 5 – Opção 1
Pergunta 6 – Opção 3
Pergunta 7 – Opção 4
Pergunta 8 – Opção 3
Pergunta 9 – Opção 2
Pergunta 10 – Opção 4
Pergunta 11 – Opção 1
Pergunta 12 – Opção 3
Pergunta 13 – Opção 2
Pergunta 14 – Opção 4
Pergunta 15 – Opção 1

Elaboradora: Vera Lucia Pagliusi Castilho – Médica Patologista Clinica, Doutora em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Diretora do Laboratório do Instituto de Infectologia do Emilio Ribas; Médica-chefe do Laboratório de Parasitologia Clínica da Divisão de Laboratório Central do Hospital das Clínicas da FMUSP, Médica Assistente do Laboratório Central da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

Referências Bibliográficas:

Pergunta 2: http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Frames/MorphologyTables/body_morph_table4.htm
Pergunta 2: http://www.stanford.edu/group/parasites/ParaSites2004/Entamoeba/Entamoeba%20Polecki.htm
Pergunta 7: http://www.scielo.br/pdf/anp/v49n3/10.pdf
Garcia, LS. Diagnostic Medical Parasitology. 5th ed. Washington DC.: ASM Press.
De Carli, GA. Parasitologia Clinica – Seleção de Métodos e Técnicas de laboratório para o Diagnóstico das Parasitoses humanas. 2ª Ed. – Atheneu
Pessoa, SB. Parasitologia Médica.11ªed. Editora Guanabara Koogan pg.213
Qvarnstrom Y, James C, Xayavong M, Holloway B, Moura I, Visvesvara GS, et al. Comparison of real-time PCR rationales for differential laboratory diagnosis of amebiasis. J Clin Microbiol 2005; 43: 5491 – 5497.
http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/MorphologyTables.htm e http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Amebiasis.htm

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