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Vale a pena fazer teste combinado de anticorpos contra a Covid-19?

Especialistas alertam para possibilidade de precisar fazer novos exames na sequência

As opções podem ainda não ser suficientes para atender toda a população, mas são várias. Hoje, o Brasil conta com mais de 300 registros de testes para Covid-19 aprovados pela Anvisa, de acordo com a própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Existe o RT-PCR – considerado padrão ouro para diagnóstico da doença -, o teste rápido e várias opções de sorológicos – para identificar a produção de anticorpos contra o coronavírus.

Mas como saber qual é o indicado para cada situação e qual o melhor entre todos? Recentemente, chegou ao Brasil o Access SARS-CoV-2 IgG, o ensaio da Beckman Coulter, multinacional que oferece soluções científicas e laboratoriais inovadoras. O exame é realizado via sorologia qualitativa e indica se houve exposição ou não ao SARS-CoV-2. O teste processa apenas a imunoglobulina G (IgG), anticorpo que demora mais a aparecer, mas também permanece por mais tempo no organismo. Questionada sobre a possibilidade de desenvolver o chamado “teste combinado”, que verifica, de uma vez, a presença de mais de um tipo de anticorpo, a empresa garante não ter essa intenção por se tratar de um teste não conclusivo, gerando mais custos para a população.

De acordo com a infectologista Nancy Bellei, mestre e doutora em Doenças Infecciosas e Parasitárias pela Unifesp, a realização do teste combinado pode demandar a realização de outros testes na sequência. “Ao fazer o teste combinado e verificar um resultado positivo, não é possível saber se estamos detectando muito IgM, se foi detectado apenas IgG ou se é o caso de uma IgM que pode ser falso positiva já que a imunoglobulina M é mais inespecífica”, explica.

Ela acrescenta que, ao não usar um teste específico, separado, se o resultado for positivo, não é possível caracterizar se o paciente está com a Covid-19 naquele momento ou se já teve. Afinal, a imunoglobulina M costuma ser detectada pouco tempo após o contágio, já na primeira semana, enquanto a G tende a aparecer apenas de 7 a 14 dias depois. “Se o resultado for positivo, provavelmente o paciente tenha que ser submetido a novos exames. A um teste de RT-PCR e, eventualmente, se esse der negativo, a um teste de IgG isolado. Já se o resultado para o teste combinado for negativo, o paciente pode estar em uma janela imunológica, em que não sabemos se estamos lidando com uma IgM ou IgG inicial, o que nos coloca dependentes mais uma vez de novos testes”.

Quando falamos, no entanto, de um teste capaz de detectar apenas um tipo de anticorpo, ainda existe mais de uma opção no mercado, de fabricantes diferentes, e, consequentemente, funcionalidades distintas. Isso porque cada um tende a ter uma sensibilidade/especificidade e a analisar uma parte da estrutura viral. O coronavírus é composto por quatro proteínas. A nucleocapsídeo é a que envolve o RNA e, por isso, acaba sendo a mais usada.

O ensaio da Beckman Coulter, no entanto, detecta anticorpos contra a proteína Spike, que são capazes de neutralizar o vírus, ou seja, impedir a reentrada dele. “A proteína S é responsável pela entrada do vírus na célula, é a que se acopla ao nosso receptor. Teoricamente, se tenho um anticorpo contra a proteína que se liga ao receptor, esse anticorpo vai ser o ideal para a minha proteção”, explica a Dra. Nancy.

É contra essa proteína, inclusive, que, futuramente, deverá ser feita a vacina contra Covid-19. “Como é provável que todos tenham que fazer o teste em algum momento para checar se já estão imunes à doença, preferimos fornecê-lo dessa forma, assim, é um ganho de tempo e economia para os clientes”, revela Daniela Putti, Head de Marketing da Beckman Coulter na América Latina.

O Access SARS-CoV-2 IgG foi testado em 1400 amostras na França e nos Estados Unidos, com 100% de especificidade clínica comprovada após o 18º dia do início dos sintomas. Quando se pensa em um intervalo de tempo anterior, de 0 a 6 dias do início dos sintomas, o exame da Beckman Coulter aparece com a melhor sensibilidade do mercado: 70,2%.

Fonte. Casa Agência de Comunicação.

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