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Pesquisa indica que o uso da terapia hormonal após os 70 anos pode aumentar a presença de proteína associada ao Alzheimer

Pesquisa indica que o uso da terapia hormonal após os 70 anos pode aumentar a presença de proteína associada ao Alzheimer

Estudo conduzido por pesquisadores do Mass General Brigham, centro de pesquisa médica afiliado à Harvard, nos Estados Unidos, aponta que iniciar a terapia hormonal tardiamente pode estar relacionado ao aumento da proteína tau em mulheres mais velhas

Cerca de 70% dos casos de Alzheimer ocorrem em mulheres (1), o que reforça a necessidade de olhar com atenção para os efeitos hormonais sobre o cérebro feminino. Uma pesquisa recente conduzida por cientistas do Mass General Brigham, centro de pesquisa médica e rede hospitalar afiliada à Harvard University, localizado em Boston (EUA), aponta que mulheres que iniciaram a terapia hormonal após os 70 anos apresentaram maior acúmulo da proteína tau, especialmente em áreas cerebrais relacionadas à memória e à cognição. (2)

A proteína tau é responsável por manter a estrutura e a estabilidade dos neurônios. Quando se acumula de forma anormal, forma emaranhados que dificultam a comunicação entre as células cerebrais e levam à degeneração progressiva do tecido, um dos principais mecanismos associados à Doença de Alzheimer.

De acordo com a ginecologista Dra. Maria dos Anjos Neves, do Delboni Salomão Zoppi e Lavoisier, a descoberta reforça a importância de avaliar o momento de início da terapia hormonal. “A menopausa é uma fase de grandes mudanças metabólicas e hormonais. Quando a reposição é iniciada tardiamente, o corpo já está em outro estágio fisiológico, o que pode alterar a resposta do organismo e até o comportamento cerebral”, explica.

Já a Dra. Patrícia Pontes, neurologista da Dasa Genômica, ressalta que o acúmulo da proteína tau é um dos primeiros sinais de comprometimento cerebral. “Esses marcadores aparecem antes mesmo dos sintomas clínicos. Hoje conseguimos identificar esse risco por meio de exames de imagem e testes genéticos, permitindo um cuidado mais personalizado e preventivo”, destaca.

A recomendação dos especialistas é que a terapia hormonal seja sempre acompanhada por profissionais e avaliada de forma individual. Exames laboratoriais, como como dosagem de hormônios femininos (estradiol, progesterona e FSH) e avaliações metabólicas, como colesterol e glicemia, ajudam a entender o perfil de cada mulher, identificar predisposições e direcionar a conduta médica mais segura.

Mais do que associar a terapia hormonal a riscos ou benefícios isolados, a ciência reforça a importância de compreender o contexto de cada paciente, considerando fatores hormonais, neurológicos e genéticos. O cuidado integrado é essencial para promover qualidade de vida e envelhecimento saudável.

 

Referências:
 (1) Females represent approximately 70% of Alzheimer’s disease cases. Alzheimer’s Research & Therapy, 2024. Disponível aqui.
 (2) Among older women, hormone therapy linked to tau accumulation, a hallmark of Alzheimer’s disease. Mass General Brigham, 2025

Fonte: Assessoria de imprensa/Delboni e Lavoisier

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