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Instituto Butantan lança laboratório móvel para sequenciar variantes do Covid-19 no Estado de SP

LAB MÓVEL irá visitar municípios para agilizar o resultado dos exames e aproximar a população da ciência; primeiro destino é Aparecida do Norte

O Instituto Butantan lançou, em 4 de agosto, o projeto de laboratório itinerante (LAB MÓVEL) do Butantan, que tem como objetivo acelerar o processo de testagem dos casos suspeitos de Covid-19 e sequenciamento das variantes dos SARS-CoV-2 que circulam no estado.

Com as análises realizadas dentro do LAB MÓVEL é possível obter o resultado em até 24 horas e, em seguida, iniciar o sequenciamento, que pode durar de 3 a 6 dias. Atualmente todo o processo entre a testagem e o sequenciamento de variantes pode durar de 10 a 12 dias.

“O projeto começa agora, mas não tem data para acabar. O objetivo é sermos mais ágeis e assertivos para entender quais regiões precisam de mais atenção”, afirma Sandra Coccuzzo, diretora do Centro de Desenvolvimento Científico do Butantan.

A primeira parada do LAB MÓVEL será em Aparecida do Norte, interior do estado de SP. A previsão é de que o veículo permaneça na cidade por uma semana e realize o diagnóstico de aproximadamente 500 amostras.

Os moradores das cidades que irão receber o laboratório itinerante poderão acompanhar os trabalhos dos pesquisadores do Instituto Butantan de perto. Isso porque a estrutura do veículo, de mais de 12 metros de comprimento e quase 3 metros de altura, conta com uma parte de vidro que permite a observação dos procedimentos realizados pelos cientistas.

“A iniciativa vai permitir que as pessoas vejam os equipamentos e cientistas do Instituto em ação, aproximando ainda mais a ciência da população brasileira”, afirmou Eduardo Araújo, CEO da Loccus, parceira do Butantan no projeto.

O veículo, equipado com alta tecnologia, possui três sequenciadores genéticos, centrífuga, seladora, geladeira e freezer para armazenamento de amostras, entre outros. O investimento total foi de R$ 3 milhões.

Projeto LAB MÓVEL

Os municípios que manifestam interesse em receber o laboratório se responsabilizam por realizar as coletas de amostras em suas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e encaminhá-las ao laboratório itinerante. Lá, por sua vez, os especialistas realizam o diagnóstico e, então, separam as amostras positivas para iniciar o sequenciamento e identificar as variantes.

O sequenciamento é necessário porque os vírus sofrem mutações, ou seja, alterações em seus códigos genéticos, gerando variantes. Para realizar o mapeamento das variantes é necessário, em primeiro lugar, extrair o RNA da amostra coletada. Em um segundo momento, essas moléculas passam por um processo de conversão para DNA que, posteriormente, é multiplicado em diversas cópias que são inseridas no sequenciador. Um computador libera os resultados e a análise é realizada por especialistas, conhecidos como bioinformatas.

Atualmente, o Instituto Butantan coordena a Rede de Alertas das Variantes do SARS-CoV-2 e recebe dados dos demais parceiros da rede: Hemocentro de Ribeirão Preto/FMRP-USP, FZEA-USP/Pirassununga, Centro de Genômica Funcional ESALQ-USP/Piracicaba, Faculdade de Ciências Agrônomas UNESP/Botucatu, FAMERP São José do Rio Preto e Mendelics.

Fonte: assessoria de comunicação Instituto Butantan.

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