(foto/Divulgação)
Durante o 56º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (CBPC/ML), realizado de 10 a 13 de setembro, em Salvador, Bahia, um painel atraiu a atenção, “Impactos da RDC Anvisa 786 nos laboratórios clínicos”, com a presença de palestrantes e debatedores como o Dr. Jorge Joaquim Terrão (Sociedade Brasileira de Análises Clínicas – SBAC); o Dr. Álvaro Pulchinelli (presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), Dr. Alex Galoro, da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (ABRAMED) e o presidente executivo da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), Carlos Eduardo Gouvêa. A mediação foi do Dr. Wilson Schcolnik (Abramed/SBPC/ML).
Os médicos patologistas das sociedades médicas sublinharam não serem contrários aos chamados “testes rápidos” vendidos em grandes redes de farmácias, mas frisaram a necessidade de uma maior vigilância no que se refere à qualidade e o controle.
Com relação aos riscos sanitários, todos, sem exceção, confirmaram a existência destes riscos. Terrão também comentou sobre a concorrência desleal aos laboratórios. Já Pulchinelli comentou que há riscos até dentro dos laboratórios. “Há uma falsa sensação de segurança ao se manusear os testes rápidos. No entanto, teremos a certeza absoluta do resultado absolutamente correto? Há riscos e, por esta razão, é preciso se atentar à qualidade dos testes, uma vez que um teste sem qualidade pode provocar uma desqualificação do produto. Não somos contra, apenas temos restrições no que se refere à má utilização”.
O presidente executivo da CBDL, Carlos Eduardo Gouvêa, ressaltou que há sim risco sanitário, mas é maior ainda com a falta de um diagnóstico precoce.
“Cerca de 47% das pessoas não têm acesso aos exames ou se tem, é muito limitado, de acordo com publicação da Lancet Commission. Essa é a necessidade de se cobrir estes vazios e buscar atendimento àquele cidadão invisível ao sistema. Levar o teste onde o cidadão está”, ressalta o líder da CBDL.
Sobre o aspecto educacional dos testes rápidos, Gouvêa chancelou a preocupação da indústria pela qualidade, uma vez que as análises e os processos regulatórios são os mesmos.
“Esta preocupação fez com que a indústria formatasse acordos com a Controllab, por exemplo, para análises minuciosas a cada lote. A educação é fundamental, inclusive a continuada”. O dirigente concluiu que a CBDL por abarcar de 70 a 80% do mercado diagnóstico, “ao estabelecer um parâmetro que seja referência, mesmo que seja uma recomendação voluntária, acaba indicando uma tendência e um sinal forte a todo o mercado. Afinal, todos estamos preocupados com a qualidade que devemos seguir”.
Ao finalizar sua participação, Gouvêa afirmou que a entidade está engajada na construção do melhor acesso.
“A pandemia de Covid 19 foi um modelo que serviu de ferramenta para quem queria importar. Foi uma junção, uma união de todos os esforços para um bem comum, inclusive com a adesão da Anvisa e do Ministério da Saúde, o que economizou tempo, acesso e salvou vidas”.