Artigos Científicos

Edição 248: Análise da Prática Médica de Rastreamento da Deficiência de Vitamina D*

por Medeiros, Ana Carolina Pinheiro¹
Campos, Paulo Tadeu Silva²
Francescantonio, Isabel Cristina Carvalho Medeiros³
Siqueira, Emanoele de Freitas¹
Faleiro, Isabella de Freitas¹
de Paula, Andre Guimarães²
Filho, Marcelo Carvalho Medeiros¹

*Laboratório Escola da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil.

RESUMO

A vitamina D constitui-se como um componente essencial, principalmente na homeostase do cálcio, saúde óssea e regulação do sistema imune. Cerca de 80% do seu aporte se dá pela biossíntese endógena, enquanto a ingesta dietética é limitada a alguns alimentos. O presente trabalho aborda a alta prevalência de hipovitaminose D e a capacitação do profissional médico para a conduta adequada: orientação ou intervenção. Para isso, são necessários o estabelecimento de valores de referências e análise da presença ou não de comorbidades, faixas etárias, dentre outros fatores de risco, visto que cada paciente deve ter sua avaliação individualizada(5, 6, 9).

PALAVRAS-CHAVE: vitamina D, avaliação, fatores de risco.

SUMMARY

Vitamin D is an essential component mainly in calcium homeostasis, bone health and regulation of the immune system. About 80% of its contribution comes from endogenous biosynthesis, while dietary intake is limited to some foods. The present study addresses the high prevalence of hypovitaminosis D and the qualification of the medical professional for the appropriate conduct: orientation or intervention. For this, it is necessary to establish reference values and analyze the presence or not of comorbidities, age group, among other risk factors, since each patient should have their individualized evaluation(5, 6, 9).

KEYWORDS: Vitamin D, assessment, risk factors

INTRODUÇÃO

A vitamina D é uma vitamina lipossolúvel, essencial para homeostase do cálcio, saúde óssea, regulação do sistema imune e entre outros benefícios. De acordo com Castro (2011), o termo vitamina D engloba um grupo de moléculas secosteroides derivadas do 7-deidrocolesterol (7-DHC), que compreende o metabólito ativo (1α,25-diidroxi-vitamina D ou calcitriol), seus precursores (entre eles a vitamina D3 ou colecalciferol, vitamina D2 ou ergosterol e a 25-hidroxivitamina D ou calcidiol) e os produtos de degradação(8). Cerca de 80% é sintetizada de forma endógena. As formas que podem ser obtidas dieteticamente são limitadas(1). A vitamina D3 (colecalciferol, de origem animal, presente nos peixes gordurosos de água fria e profunda, como atum e salmão) e a vitamina D2 (ergosterol, de origem vegetal, presente nos fungos comestíveis) (1).

Em suma, o metabolismo dessa vitamina se dá pormeio de algumas etapas. Através do colesterol que é consumido nos alimentos, obtém-se uma substância chamada 7-dehidrocolesterol (7-DHC). Esta forma se deposita nas células da pele e, posteriormente, se transforma em colecalciferol (vitamina D3). Tanto o colecalciferol (vitamina D3) quanto o ergocalciferol (vitamina D2) são formas inativas da vitamina D. As vitaminas D3 e D2 são transportadas para o fígado, onde serão transformadas em calcidiol (25-hidroxivitamina D). O calcidiol é a forma que o corpo usa para armazenar a vitamina D. Quando existem alterações nos níveis de cálcio no organismo, sangue e/ou nos ossos, uma parte desta 25-hidroxivitamina D é transportada até os rins, onde sofrerá o último processo de metabolização, transformando-se em calcitriol (1,25-hidroxivitamina D), a forma ativa da vitamina D(5, 8).

Destaca-se que para o processo de ativação da vitamina D se iniciar é necessário que o indivíduo seja exposto à luz solar de forma direta, sobretudo à radiação ultravioleta B (UVB). O 7-DHC, presente nas células da pele, irá absorver essa radiação e promoverá quebra fotolítica da ligação entre carbonos, o que leva a formação de uma molécula secosteroide. Essa substância formada é denominada de pré-vitamina D3, a qual é instável e sofrerá reação induzida pelo calor, transformando-se em vitamina D3. Posteriormente, a vitamina D3 é secretada para o espaço extracelular e chega até a circulação sanguínea. A partir desse momento, será levada até o fígado e sofrerá transformação em calcidiol, como citado anteriormente(5, 8).

Segundo o Posicionamento Ofi cial da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/ Medicina Laboratorial e da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (2017), os fatores de risco associadas são, principalmente, idade acima de 60 anos, baixa exposição solar, presença de fraturas ou quedas recorrentes, gestação, lactatação, osteoporose (primária ou secundária), doenças osteometabólicas, doença renal crônica, síndromes de má absorção e medicações que possam interferir com a formação e degradação da vitamina D(8).

Estudos populacionais brasileiros demonstram que a prevalência da hipovitaminose D no país é elevada(1).

Em território brasileiro, os estudos mostram prevalência de baixos níveis de 25(OH)D em cerca de 60% dos adolescentes, de 40% a 58% entre adultos jovens, e entre 42% e 83% em idosos, com taxas mais altas entre indivíduos com idades mais avançadas(1).

Os motivos para esse elevado número de pessoas com hipovitaminose D em uma parcela tão extensa da população, com poucas distinções de faixa etária, etnia e outras variantes, são discutíveis. O que levanta a necessidade de questionamentos relacionados aos parâmetros adequados do ponto de corte e do limiar entre suficiência e deficiência. Na prática médica, o estabelecimento de valores de referência se torna relevantes para definir a situação epidemiológica, orientações e o momento correto de intervir. A indicação correta da solicitação do exame e o processamento adequado da amostra, associado a uma interpretação/ avaliação crítica dos resultados são essenciais para que se indique um tratamento eficaz baseado nas evidências científicas atuais(9).

Leia o artigo científico completo na íntegra da revista LAES&HAES edição 248 ou clique aqui e leia já!

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1 Acadêmica do curso de medicina da Universidade de Rio Verde – Campus Aparecida de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Goiás, Brasil.
2 Acadêmico do curso de medicina da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil.
3 Docente da Escola de Ciências Médicas, Farmacêuticas e Biomédicas da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil.

 

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