A seguir são comentadas as questões para as quais foram recebidas mais dúvidas quando disponibilizadas para os usuários Controllab
Pergunta 4: A resposta é a opção 3. Na alternativa 1, as condições de coleta podem gerar erros laboratoriais, portanto influem e devem ser consideradas. Os medicamentos podem gerar interferência nas dosagens laboratoriais, daí sua importância ao serem considerados. Portanto, estes dois tópicos são relevantes nas dosagens laboratoriais e merecem serem expressos no laudo.
Opção 4, Laudos interpretativos são recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Pergunta 5: A resposta é a opção 2.
Opção 1, controle de água reagente refere-se à etapa analítica do ciclo do exame laboratorial.
Opção 3, ensaios de proficiência são aplicados na etapa analítica do exame. Quando não houver provedor ofertando CQE, a regra é empregar-se controles externos alternativos.
Opção 4, este item descreve como realizar controle de qualidade em técnicas que empregam analises microscópicas.
Pergunta 8: A resposta é a opção 3. O teste de recuperação por adição de analito é uma das formas de se avaliar a exatidão de um método na sua etapa de validação de ensaios quantitativos. Os critérios de aceitação oscilam em 80-120% de recuperação. A adição de analito pode ser por padrão, material de controle ou soluções de concentrações conhecidas. A precisão corresponde à concordância entre resultados de medidas dependendo das condições estipuladas.
Referência: Gestão da fase analítica vol. 1 Cap. 2 Validação de sistema Analítico-estudo de recuperação p.48.
Pergunta 9: A resposta é a opção 4.
Opção 1, na equivalência entre 2 sistema analíticos a somatória de ferramentas estatísticas traz mais subsídios à comparação. O coeficiente de correlação de Pearson (r) ajuda a verificar a intensidade da associação existente entre as duas variáveis estudadas.
A análise de Bland Altman avalia a concordância entre os 2 sistemas analíticos, verificando-se a dispersão das diferenças entre as duas variáveis e a média das duas. Este gráfico possibilita a visualização do viés, da dispersão, além das tendências e outliers.
Referência: Gestão da fase analítica vol. 1 Cap. 3 Equivalência entre sistemas analíticos p.72-74.
Pergunta 10: A resposta é a opção 3. Coeficiente de Determinação (R2) corresponde ao quadrado do coeficiente de correlação de Pearson(r) e informa a proporção entre as variância de Y explicada pela influencia linear de X.
Menor valor:
• Zero: quando a relação linear com X nada explica a variação de Y.
• 1(um): quando a variação de Y é integralmente explicada pela relação linear com X
Análise do índice de erro:
É um método de análise baseado em erros pré-definidos, com critérios clínicos, como o erro total permitido.
Aplica-se a 2 ou mais sistemas. Baseia-se no gráfico de dispersão das medidas e no gráfico do índice de erros.
Para efeito de comparação no gráfico de dispersão deve-se traçar uma linha diagonal que determina resultados idênticos para os analisadores e duas retas que representem o erro total admissível máximo e mínimo.
Se pelo menos 95% dos pontos estiverem compreendidos entre as duas retas (erro total admissível máximo e mínimo) os dois sistemas são considerados clinicamente equivalentes.
A mesma interpretação pode ser obtida analisando-se o gráfico de índice de desvio no qual, índices de desvio de – 1 e +1 representam o erro total admissível mínimo e máximo, respectivamente.
Referência: Gestão da fase analítica vol. 1 Cap. 3 Equivalência entre sistemas analíticos p.73- 75.
Pergunta 12: A resposta é a opção 3. O diagrama de caixas ou boxplot auxilia na visualização da dispersão e simetria dos dados obtidos. A presença de outliers por si só já determina uma grande dispersão dos dados, portanto incompatível com coeficiente de variação de 1,8%.
Referência: Gestão da fase analítica vol. 1 Cap. 3 Equivalência entre sistemas analíticos p. 72.
Pergunta 15: A resposta é a opção 1. Os estudos de interferentes e carryover não se aplicam para ensaios qualitativos como o exame parasitológico de fezes. São características de estudos em ensaios quantitativos.
Gabarito
Pergunta 1 – Opção 2
Pergunta 2 – Opção 3
Pergunta 3 – Opção 4
Pergunta 4 – Opção 3
Pergunta 5 – Opção 2
Pergunta 6 – Opção 2
Pergunta 7 – Opção 1
Pergunta 8 – Opção 3
Pergunta 9 – Opção 4
Pergunta 10 – Opção 3
Pergunta 11 – Opção 4
Pergunta 12 – Opção 3
Pergunta 13 – Opção 1
Pergunta 14 – Opção 3
Pergunta 15 – Opção 1
Elaboradores:
Maria Elizabete Mendes. Médica Patologista Clinica, Doutora em Medicina-Patologia, Coordenadora do Núcleo de Qualidade e Sustentabilidade DLC HC FMUSP. • Administradora Hospitalar e de Sistemas de Saúde pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo – Fundação Getulio Vargas (EAESPE-FGV). Responsável pelo Núcleo da Qualidade e Sustentabilidade da Divisão de Laboratório Central do HCFMUSP. Chefe de Seção Técnica de Bioquímica de Sangue da Divisão de Laboratório Central do HCFMUSP. Auditora do Programa de Acreditação do College of American Pathologists (CAP).
Nairo M. Sumita. Médico Patologista Clínico. Professor Assistente Doutor da Disciplina de Patologia Clínica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Diretor do Serviço de Bioquímica Clínica da Divisão de Laboratório Central do Hospital das Clínicas da FMUSP. Assessor Médico em Bioquímica Clínica do Fleury Medicina e Saúde. Consultor Científico do Latin American Preanalytical Scientific Committee (LASC). Diretor Científico da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML).
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