A seguir são comentadas as questões para as quais foram recebidas mais dúvidas quando disponibilizadas para os usuários Controllab
Pergunta 1: A resposta é a opção 4. A classificação geral da causa de um derrame pode ser realizada pela separação dos fluidos na categoria de transudato ou exsudato. Efusões que se formam em razão de doença sistêmica que altera o equilíbrio na regulação da filtração e da reabsorção de um fluido, como as mudanças na pressão hidrostática criadas por insuficiência cardíaca congestiva ou hipoproteinemia associada à síndrome nefrótica, são chamadas de transudatos. Estes fluidos, então, podem ser causados por um aumento da pressão hidrostática e pela diminuição da pressão oncótica, além de serem caracterizados laboratorialmente por aspecto límpido, contagem de leucócitos < 1000/mL e relação proteína fluido: soro < 0,5, entre outros. Por outro lado, os exsudatos são produzidos por condições que envolvem, diretamente, as membranas da cavidade especial, incluindo infecções e neoplasias e podem ser identificados pelo aspecto turvo, contagem de leucócitos > 1000/mL e relação proteína fluido: soro > 0,5.
Pergunta 2: A resposta é a opção 3. Uma das principais características observadas em células neoplásicas é o aumento da relação núcleo: citoplasma. Quanto maior for esta relação, mais pobremente diferenciada é a célula. Ainda, a distinção das características das células neoplásicas pode incluir irregularidades nucleares e citoplasmáticas, nucléolos hipercromáticos e grumos celulares com moldagem citoplasmática.
Pergunta 3: A resposta é a opção 4. Imagem da opção 1: linfócitos e monócitos; Imagem da opção 2: neutrófilos e uma célula mesotelial normal; Imagem da opção 3: células mesoteliais reativas e Imagem da opção 4: células de adenocarcinoma de líquido pleural que demonstram moldagem citoplasmática, variação no tamanho e na forma dos núcleos, número e tamanho dos nucléolos aumentados com presença de hipercromasia, células gigantes e com multinucleação e citoplasma vacuolizado.
Pergunta 4: A resposta é a opção 3. Para medir o pH, os líquidos serosos devem ser colhidos em condições anaeróbicas, em frascos heparinizados e preferencialmente enviados ao laboratório em gelo para serem analisados o mais brevemente possível. A opção 3, desta forma, apresenta-se incorreta, pois sugere que para a avaliação do pH em líquidos serosos, o fluido deve ser colhido em condições aeróbicas e mantido em estufa até o momento da análise.
Pergunta 5: A resposta é a opção 4. A presença de eritrócitos é indicação de hemorragia alveolar nas primeiras horas. Os eritrócitos fagocitados sugerem hemorragia alveolar dentro de 48 horas, enquanto os macrófagos carregados de hemossiderina indicam hemorragia alveolar há mais de 48 horas.
Pergunta 7: A resposta é a opção 1. A quantificação de lactato tem sido empregada como teste adjuvante para diferenciação entre meningite viral, meningite causada por bactérias, micoplasma e fungos, e a meningite tuberculosa. Pacientes com meningite viral costumam apresentar níveis de lactato abaixo de 25 mg/dL (2,8 mmol/L), e quase sempre inferiores a 35 mg/dL (3,9 mmo/L), enquanto aqueles com meningite bacteriana apresentam níveis de lactato tipicamente acima de 35 mg/dL. Adotando como valor de cutoff uma concentração de 30 a 36 mg/dL para os casos de meningite bacteriana, é possível obter uma sensibilidade de 80% e uma especificidade de 90%.
Pergunta 8: A resposta é a opção 4. As proteínas totais elevadas no líquido cefalorraquidiano são, com frequência, observadas em condições patológicas, como na meningite, na doença de Cushing e na esclerose múltipla. Valores anormalmente baixos estão presentes quando há perda de fluido no SNC (Sistema Nervoso Central), trauma e punções recentes.
Pergunta 9: A resposta é a opção 2. Geralmente, os leucócitos devem permanecer no líquido cefalorraquidiano por, aproximadamente, duas horas antes que comece hemólise perceptível, portanto um sobrenadante xantocrômico seria resultado de sangue que está presente há mais tempo (hemorragia intracraniana) do que eventual sangue introduzido por punção traumática. Da mesma forma, líquido cefalorraquidiano sanguinolento por causa de hemorragia intracraniana não contém fibrinogênio suficiente para coagular. Assim, apenas fluidos coletados por punção traumática podem formar coágulos em virtude da introdução de fibrinogênio plasmático na amostra. Por fim, quando se avalia a distribuição desigual de sangue pela prova dos três tubos, o sangue de uma hemorragia cerebral será distribuído uniformemente pelos três tubos de amostra de líquido cefalorraquidiano, enquanto uma punção traumática terá elevada concentração de sangue no tubo 1, com gradual diminuição nos tubos 2 e 3.
Pergunta 10: A resposta é a opção 1. O líquido sinovial é coletado por punção aspirativa chamada de artrocentese e não arteriocentese, como exposto na primeira afirmativa; Anticoagulantes em pó não devem ser utilizados em tubos de testes de líquidos sinoviais, pois podem produzir artefatos que interferem na análise de cristais, tornando a segunda afirmativa verdadeira. A terceira afirmativa é verdadeira, pois o aumento de neutrófilos indica uma condição séptica, enquanto que uma elevada contagem de células com predomínio de linfócitos sugere uma inflamação não séptica; É possível observar em pacientes com artrite reumatoide a presença de células RA ou ragócitos, que são neutrófilos que apresentam grânulos citoplasmáticos escuros que contêm fator reumatoide precipitado. Como a quarta afirmativa alega que os ragócitos são células do tipo macrófagos, a mesma é incorreta.
Pergunta 12: A resposta é a opção 3. É bem descrito na literatura que uma elevada contagem linfocitária é observada em derrames pleurais resultantes de tuberculose, além de infecções virais, neoplasias e doenças autoimunes, como artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico.
Gabarito
Pergunta 1 – Opção 4
Pergunta 2 – Opção 3
Pergunta 3 – Opção 4
Pergunta 4 – Opção 3
Pergunta 5 – Opção 4
Pergunta 6 – Opção 3
Pergunta 7 – Opção 1
Pergunta 8 – Opção 4
Pergunta 9 – Opção 2
Pergunta 10 – Opção 1
Pergunta 11 – Opção 4
Pergunta 12 – Opção 3
Pergunta 13 – Opção 4
Pergunta 14 – Opção 3
Pergunta 15 – Opção 1
Elaboradora: Caroline Paula Mescka. Farmacêutica (UFRGS) especializada em Análises Clínicas (UFRGS). Mestre em Ciências Farmacêuticas (UFRGS). Doutora em Ciências Biológicas: Bioquímica e Pós-Doutora pelo Departamento de Análises da Faculdade de Farmácia (UFRGS). Tem experiência profissional como farmacêutica bioquímica em hematologia, coagulação, uroanálise, bioquímica, garantia da qualidade e diagnóstico laboratorial. Foi professora substituta no Departamento de Métodos Diagnósticos na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Farmacêutica bioquímica do Serviço de Genética Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.
Referências Bibliográficas:
STRASINGER, S. K; LORENZO, M.S. D. Urinálise e Fluidos Corporais. 5a ed. São Paulo: Editora LMP (Livraria Médica Paulista), 2009.
MCPHERSON, Richard A.; PINCUS, Mathew R. Diagnósticos Clínicos e tratamento por métodos laboratoriais de Henry. 21a Ed. São Paulo : Manole, 2013. 1664 p.
COMAR SR, MACHADO NA, DOZZA TG, HAAS P. Análise citológica do líquido cefalorraquidiano. Estud Biol. 2009 jan/dez;31(73/74/75)93-102.