Questionário

EDIÇÃO 271 – GABARITO – PESQUISA E IDENTIFICAÇAO DE ANTICORPOS IRREGULARES

A seguir são comentadas as questões para as quais foram recebidas mais dúvidas quando disponibilizadas para os usuários Controllab

Pergunta 1: A resposta é a opção 1. A alternativa 2 é incorreta, pois não é somente a classe IgG (podemos ter soros antiglobulina humana contra as frações IgG, IgM, IgA e complemento C3, C3c e C3d); A alternativa 3 somente será possível a visualização de aglutinação quando a antiglobulina humana se liga aos anticorpos que estão ligados as hemácias e não livres. A alternativa 4 a definição está trocada, os soros poliespecíficos contêm anticorpos IgG e frações do complemento e o monoespecífico (neste caso) seria somente IgG.

Pergunta 3: A resposta é a opção 4. Esta questão foi colocada com o objetivo de chamar atenção de todos os participantes, pois além do anticorpo anti-D (que pode ser produzido por gestantes RhD-), há vários outros anticorpos envolvidos em doença hemolítica perinatal, portanto, gestantes RhD- e RhD+ podem produzir aloanticorpos contra diferentes antígenos eritrocitários, como por exemplo anti-K, anti-C e outros. Infelizmente, este conceito errado da alternativa 1 (somente gestantes RhD-) ainda está presente nas clínicas ginecológicas e obstétricas.

Pergunta 4: A resposta é a opção 4. Não podemos utilizar uma única célula de um único individuo, pois temos que abranger a maioria dos antígenos eritrocitários (pelo menos os mais imunogênicos). Quando a opção for uma única célula de triagem, a mesma deve ser proveniente de um pool de indivíduos, por este motivo a alternativa 1 foi considerada errada. A alternativa 2 está errada pois cada metodologia deve acompanhar células com suspensões apropriadas ao teste, com as devidas concentrações de hemácias. As hemácias de triagem devem ser do grupo sanguíneo O para evitar a incompatibilidade dos anticorpos naturais anti-A e anti-B. No teste de pesquisa de anticorpos irregulares ou Coombs Indireto, o objetivo é somente a detecção de anticorpos irregulares e não ABO.

Pergunta 5: A resposta é a opção 4. A alternativa 1 é incorreta, pois na pesquisa de anticorpos irregulares ou Coombs Indireto é necessário a incubação a 37ºC, pois os anticorpos quentes (IgG) que são responsáveis pela maioria das hemólises em casos de transfusão incompatível e pela doença hemolítica do neonato. A alternativa 2 está errada pois a legislação brasileira não permite utilizar reagentes caseiros (Portaria nº 158 do Ministério da Saúde, de 05/02/2016). Na alternativa 3 o teste que detecta anticorpos ligados às hemácias do paciente é o Coombs Direto.

Pergunta 7: A resposta é a opção 4. A alternativa 1 está incorreta pois deve ser identificado o anticorpo. Na alternativa 2, o Eluato é um teste complementar quando o Coombs Direto é positivo. Na alternativa 3, a Titulação de anticorpos pode ser sugerida como teste complementar, mas para realizar a titulação, temos que saber primeiramente qual é o anticorpo a ser titulado

Pergunta 8: A resposta é a opção 4. A Solução salina fisiológica 0,9% não é um reagente de estímulo ou potencializador, portanto, somente a opção 4 está correta. A solução salina fisiológica 0,9% é utilizada somente para o preparo das suspensões de hemácias utilizadas no teste.

Pergunta 9: A resposta é a opção 3. Em relação à Identificação de Anticorpos Irregulares (Painel de hemácias) é necessário a anotação dos graus de aglutinação (1+ a 4+), pois pode ajudar na interpretação dos resultados e definição da especificidade do anticorpo.

Pergunta 11: A resposta é a opção 4. Reatividade com todas as células testadas é o padrão típico que indica a presença de prováveis autoanticorpos na amostra.

Pergunta 12: A resposta é a opção 2. Na alternativa 1, os dados mencionados são importantes para o teste. Na alternativa 3, o diagrama que acompanha o kit não pode ser guardado para proceder a estudos com lotes posteriores, pois a cada novo lote, as hemácias que compõem o lote são de diferentes indivíduos, portanto, os diagramas de lote anterior não correspondem aos indivíduos de lote atual. Na alternativa 4, anticorpos fracamente reativos (em baixos títulos) podem não reagir com células de indivíduos heterozigotos para o gene que codifica o antígeno em questão.

Pergunta 13: A resposta é a opção 4. Na alternativa 1 para predizer uma doença hemolítica perinatal, temos que associar vários exames laboratoriais e clínicos, como por exemplo o coombs direto. Na alternativa 2 existem outros anticorpos além do anti-D que podem causar doença hemolítica perinatal. Na alternativa 3 foi inserida esta alternativa para chamar atenção em relação as variantes do antígeno D, indivíduos portadores de fenótipos D variantes (ou D parcial) podem desenvolver anticorpos anti-D.

Pergunta 14: A resposta é a opção 3. Na alternativa 1 a titulação deve ser comparada com os resultados anteriores para verificar se está ou não tendo aumento nos títulos. Na alternativa 2 os anticorpos podem apresentar títulos diferentes, portanto, em caso de dois anticorpos presentes, os mesmos devem ser identificados e titulados separadamente, cada um com a hemácia contendo o antígeno correspondente. Na alternativa 4 o ideal é não utilizar potencializadores de reação quando realizamos a titulação, pois o objetivo do teste é reproduzir in vitro a concentração do anticorpo que esta circulante (in vivo).

Pergunta 15: A resposta é a opção 3. Na alternativa 1 está errada pois somente anticorpos da classe IgG podem atravessar a barreira placentária e consequentemente causar doença hemolítica do neonato. Na alternativa 2 está errada pois Anti-I é um anticorpo frio (IgM) portanto, não causa doença hemolítica do neonato. Na alternativa 4 o anticorpo é somente reativo a temperatura ambiente, portanto, não causa doença hemolítica do neonato.

 

Gabarito

 

Pergunta 1 – Opção 1

Pergunta 2 – Opção 2

Pergunta 3 – Opção 4

Pergunta 4 – Opção 4

Pergunta 5 – Opção 4

Pergunta 6 – Opção 4

Pergunta 7 – Opção 4

Pergunta 8 – Opção 4

Pergunta 9 – Opção 3

Pergunta 10 – Opção 4

Pergunta 11 – Opção 4

Pergunta 12 – Opção 2

Pergunta 13 – Opção 4

Pergunta 14 – Opção 3

Pergunta 15 –  Opção 3

 

 

Elaboradora: Regina Cardoso. Biomédica, Especialista em Imuno-hematologia pelo hospital do Servidor Público Estadual/SP e Mestre em Biotecnologia médica pela UNESP Botucatu. Diretora da Hemobac Assessoria e Treinamento, Consultora da Bioline Assessoria, Consultoria e Treinamento, Tutora da escola online da empresa Biorad e Coordenadora do Laboratório de Imuno-hematologia Clínica do Hospital das Clínicas SP/ Fundação Pró-Sangue.  Atuou como responsável do laboratório de Imuno-hematologia do Banco de Sangue do Hospital Sírio Libanês, além de docente coordenadora do curso de pós-graduação em Hemoterapia do Centro Universitário Senac-SP.

Referências Bibliográficas:

Fundamentos da imuno-hematologia eritrocitária Girello, AL; Kuhn, TIB. 3a edição. Editora Senac, 2011.

Técnicas Modernas em Banco de Sangue e transfusão Harmening, DM.  6a edição. Editora Revinter, 2015.

Portaria no 158 do Ministério da Saúde, de 05/02/2016

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