A seguir são comentadas as questões para as quais foram recebidas mais dúvidas quando disponibilizadas para os usuários Controllab
Questão 1: A resposta é a opção 4. Esta questão apresentava a classificação de Heilmeyer para reticulócitos através de uma figura que classifica de, 0 a IV, os tipos de reticulócitos, em relação à quantidade de RNA residual. Observamos nesta figura que o tipo 0, a célula está na fase de Eritroblasto; possui núcleo e muito RNA. Do tipo I ao IV a diminuição de RNA residual nos reticulócitos vai caindo, sucessivamente (figura abaixo). No tipo IV, a presença de RNA é muito escassa, sendo este o tipo mais observado no sangue periférico de adultos (cerca de 61%), nas situações normais. Esta quantidade escassa de RNA residual causa dificuldade de reconhecimento (aos microscopistas) na contagem manual dessas células. Na questão também havia uma tabela com as porcentagens de cada tipo de Reticulócito (tipo I = 0,1%, tipo II = 7,0%, tipo III = 32% e tipo IV = 61%) nas situações de normalidade clínica. No texto introdutório explicava que os aparelhos modernos detectam o RNA dos reticulócitos através de citometria por corante fluorescente (3 Frações de Fluorescência: fração baixa: 67-98% dos reticulocitos, média: 1-25% e alta: 0,1-10%). Os reticulócitos com pouco RNA (fração baixa de fluorescência) são os encontrados em maior porcentagem (grupo 4 = 61%) e assim, apontaria para a resposta correta.
Questão 5: A resposta é a opção 3. Esta questão aborda as porcentagens de frações de fluorescência encontradas na contagem de reticulócitos (sangue periférico) por citometria de fluxo por fluorescência nos resultados normais. A resposta está no texto introdutório: “Os aparelhos modernos que apresentam o perfil reticulocitário oferecem as contagens relativa e absoluta de reticulócitos, frações de fluorescência: baixa (LFR: 67,0 – 98,0%), média (MFR: 1,0 – 25%) e alta (HFR: 0,1 –10%); IRF (Fração de Reticulócitos Imaturos: MFR + HFR), IMF (Índice Médio de Fluorescência: média ponderada entre LFR, MFR e HFR), VCM-R (tamanho médio dos reticulócitos), Ret-He ou CHr e outros parâmetros ainda não usados na rotina clínica”.
Questão 6: A resposta é a opção 4. Observando com atenção a figura apresentada percebemos que os Eritrócitos (RBC) também podem ser quantificados pelo canal de Reticulócitos. Rotineiramente isto não é feito. Normalmente os RBC são quantificados por Impedânciometria.
Questão 9: A resposta é a opção 4. O texto introdutório apenas cita o VCM-R. Para responder esta questão teríamos que consultar a Bibliografia Recomendada. No livro: MARTINHO, MSC. et al. Hematologia em Laboratório Clínico – 156 perguntas e respostas. Sarvier, São Paulo, 2012; nas páginas 106 e 213 e no documento CLSI Methods for Reticulocyte Counting (Automated Blood Cell Counters, Flow Cytometry, and Supravital Dyes); Approved Guideline—Second Edition, document H44-A2, 2004; há diversas informações sobre o VCM-R.
Questão 10: A resposta é a opção 4. Esta questão tratava do Ret-He (Hemoglobina dos Reticulócitos, CHr). No texto introdutório só foi citado e informado que era parâmetro ainda não usado em nosso meio, na rotina clínica. Apresentava 3 afirmações e solicitava a resposta correta. Para responder esta questão teríamos que consultar a Bibliografia Recomendada. No livro: MARTINHO, MSC. et al. Hematologia em Laboratório Clínico – 156 perguntas e respostas. Sarvier, São Paulo, 2012; nas páginas 106 e 213 e no documento CLSI Methods for Reticulocyte Counting (Automated Blood Cell Counters, Flow Cytometry, and Supravital Dyes); Approved Guideline—Second Edition, document H44-A2, 2004; há informações sobre o Ret-He.
Questão 15: A resposta é a opção 4. Na fase de validação de analisadores hematológicos sabemos pela experiência que as determinações de Intervalos de Referência dos parâmetros hematológicos apresentam uma certa variabilidade em aparelhos similares de mesma marca ou marcas diferentes. Assim a afirmativa I está correta. A afirmativa II diz que alguns novos parâmetros reticulocitários são usados em pesquisa clínica (Exemplo: VCM-R, Ret-He etc). Isto também é verdade. Diversos estudos clínicos ainda estão sendo realizados para diversos novos parâmetros hematológicos e, por falta de consenso global, ainda não são usados de rotina. A afirmativa III diz que há dificuldade em se conseguir Controle de Qualidade Externo (Ensaio de Proficiência) para certos parâmetros reticulocitários. Isto também está certo. No mercado nacional e internacional alguns analitos ainda não possuem controle de qualidade externo. Os maiores provedores de Ensaios de Proficiência ainda carecem de determinados controles. A RDC 302 ANVISA preconiza que todo analito/exame, para estar na rotina, deva ter controle de qualidade interno e externo.
Gabarito
Pergunta 1 – Opção 4
Pergunta 2 – Opção 1
Pergunta 3 – Opção 3
Pergunta 4 – Opção 2
Pergunta 5 – Opção 3
Pergunta 6 – Opção 4
Pergunta 7 – Opção 4
Pergunta 8 – Opção 3
Pergunta 9 – Opção 4
Pergunta 10 – Opção 4
Pergunta 11 – Opção 3
Pergunta 12 – Opção 4
Pergunta 13 – Opção 2
Pergunta 14 – Opção 3
Pergunta 15 – Opção 4
Elaborador: Marcos Antonio Gonçalves Munhoz. Médico Patologista Clínico – Diretor Técnico de Serviço de Saúde Serviço de Hematologia, Citologia e Genética Divisão de Laboratório Central Hospital das Clínicas da FMUSP.
Referências Bibliográficas:
-
- Koepke, JF – Flow Cytometric Reticulocyte Counting. Labmedica, June/July, 1989, 27-32pg.
MARTINHO, MSC. et al. Hematologia em Laboratório Clínico – 156 perguntas e respostas. Sarvier, São Paulo, 2012, 382 pags. - SANTOS, PCJL; SILVA, AM; NETO, LMR. et al. Hematologia – Métodos e Interpretação. Roca, São Paulo, 2013, 450 pags.
- HENRY, JB. et al. Diagnósticos Clínicos e Tratamento por Métodos Laboratoriais. Manole, São Paulo, 20ª edição, 1734 pags.
- FAILACE, R. et al. Hemograma – Manual de Interpretação. Artmed, São Paulo, 5ª edição, 424 pags.
- CLSI Methods for Reticulocyte Counting (Automated Blood Cell Counters, Flow Cytometry, and Supravital Dyes); Approved Guideline—Second Edition, document H44-A2, 2004.
- Koepke, JF – Flow Cytometric Reticulocyte Counting. Labmedica, June/July, 1989, 27-32pg.