Questionário

GABARITO 254 – GABARITO – Implantação e monitoramento de um programa de controle interno da qualidade no laboratório de hematologia

Análise das respostas e comentários aos participantes

Pergunta 3: As alternativas 1, 2 e 3 são respostas corretas e informam ao participante o que significa linearidade, AMR e CRR. Para confirmação da veracidade dessas informações o participante poderia consultar facilmente a bibliografia recomendada.

Já a alternativa 4 afirma que o laboratório não é responsável pela verificação do AMR. Na verdade, todo laboratório é obrigado a verificar o AMR de seus parâmetros para garantia da qualidade de seus resultados. Contudo, em relação ao CRR, o laboratório deve sempre obedecer às recomendações do fabricante em relação aos equipamentos e não pode exceder as recomendações em relação à diluição para estudo do CRR. Portanto, esta alternativa é a que deveria ser escolhida como incorreta.

Pergunta 7: As alternativas 1, 2 e 3 são respostas corretas e informam ao participante o que significa Verificação e Determinação dos Intervalos de Referência. Também aqui a veracidade das informações deveria ser verificada na bibliografia recomendada.

Assim, ficaria evidente que para se verificar ou determinar intervalos de referência é necessário que as amostras sejam de indivíduos voluntários e hígidos, nunca de pacientes. A resposta que deveria ser escolhida como incorreta é a 4, pois não é indicado o uso de amostras de pacientes na verificação e determinação dos Intervalos de Referência (usar sempre amostras de voluntários hígidos).

Pergunta 9: As alternativas 1, 2 e 4 são corretas e a veracidade das informações está facilmente obtida na bibliografia recomendada.

A alternativa 3 que diz que o uso de controles comerciais normalmente não identifica mudanças significativas na precisão e no desempenho do contador hematológico é a alternativa incorreta e deveria ser a escolhida.

Sabemos que o uso de controles (comerciais) é parte integrante do CQI e o foco dessa ferramenta é exatamente o monitoramento da precisão metodológica e o desempenho do aparelho identificando mudanças importantes no seu comportamento durante as rotinas diárias visualizadas através dos gráficos de Levey-Jennings. Outras ferramentas importantes no CQI podem ser usadas em Hematologia, tais como repetição de amostras conhecidas, média móvel de Bull, delta checks etc. O controle externo da qualidade deve ser monitorado por Ensaios de proficiência que verificam o trabalho do operador e a exatidão (acurácia) dos resultados. Assim, a RDC 302, no item 6.2.6, será totalmente aplicada garantindo o sucesso dos resultados: “O Laboratório Clínico deve monitorar a fase analítica por meio de controle interno e externo da qualidade”.

Pergunta 10: A resposta é a opção 4. Para o uso de novos lotes de controles as respostas 1, 2 e 3 resumem a maneira ideal de trabalho, facilmente verificadas na bibliografia recomendada.
Para o monitoramento do CQI sempre existe a necessidade de se determinar a nova faixa de trabalho dos novos controles. Não é possível trabalharmos com esses novos controles se não conhecermos suas médias e DPs. Toda a precisão metodológica está contida nessas informações. É muito importante antes do término do lote de controle, em uso, abrir o lote novo e passar em paralelo no aparelho, pelo menos 10 vezes ao longo de 5 dias. Com esta atitude o laboratório observa eventuais alterações registradas nos gráficos de Controle.

Para a obtenção das novas médias e Desvios-Padrão, continuar passando o novo lote até obter 20 medidas (valor adequado para se obter a futura média definitiva). Daí recalcular as médias e os DPs dos novos controles ajustando os novos limites no aparelho e nos gráficos de controle (LJ).
Pergunta 12: A resposta é a opção 3. O Sigma da questão anterior encontrado foi 2,5. Este valor baixo de Sigma indica que várias regras de Westgard deverão ser utilizadas no monitoramento desse parâmetro para se evitar erros nas análises.

No livro sobre Gestão da Fase Analítica do Laboratório (Controllab), volume 2, capítulo 3, página 106, temos a resposta na tabela 3:

Sigma entre 2 e 3, utilizar as seguintes regras de decisão: 1.3s/2.2s/R4s/3.1s/6x.

Pergunta 13: Pelo texto complementar da questão observamos que um importante aspecto em relação ao uso das regras de decisão é que estas quando utilizadas em conjunto aumentam o poder de detecção de erro e diminuem a probabilidade de falsa rejeição. Normalmente a regra 1.2s, isto é, um valor fora da faixa de 2 desvios-padrão, é de alerta, as demais regras são de rejeição. As regras 1.3s e R4s indicam erro aleatório e as demais indicam erro sistemático. No texto também observamos que o ideal é utilizar, para cada analito, uma estratégia diferente baseada no seu desempenho e não a mesma regra para todos os analitos.

Partindo deste texto as alternativas 1 e 3 ficam respondidas facilmente. Como o próprio nome diz “regra de rejeição”, a alternativa 4 também fica respondida pois se houver violação de uma ou mais dessas regras, a rotina fica impedida de ser liberada. Sobra assim a alternativa 2 que deveria ser a escolhida. As regras 1.3s e R4s indicam erro aleatório e não sistemático, conforme explicado no texto.

Gabarito

Pergunta 1 – Opção 1
Pergunta 2 – Opção 3
Pergunta 3 – Opção 4
Pergunta 4 – Opção 4
Pergunta 5 – Opção 3
Pergunta 6 – Opção 1
Pergunta 7 – Opção 4
Pergunta 8 – Opção 1
Pergunta 9 – Opção 3
Pergunta 10 – Opção 4
Pergunta 11 – Opção 2
Pergunta 12 – Opção 3
Pergunta 13 – Opção 2
Pergunta 14 – Opção 3
Pergunta 15 – Opção 2

Elaborador: Marcos Antonio Gonçalves Munhoz. Médico Patologista Clínico – Diretor Técnico de Serviço de Saúde Serviço de Hematologia, Citologia e Genética Divisão de Laboratório Central Hospital das Clínicas da FMUSP.

Referências Bibliográficas:

CARLA ALBUQUERQUE, MARIA ELIZABETE MENDES. Gestão da Fase Analítica do Laboratório como assegurar a qualidade na prática, ControlLab, Vol 3, 2012. Disponível em: http:// www.controllab.com.br.
CLSI C28-A2 – How to Define and Determine Reference Intervals in the Clinical. Laboratory.
WESTGARD, J.O. Regras Múltiplas e Regras de Westgard: Gráficos da Função Poder. 2002. Traduzido pela ControlLab. Disponível em http://www.westgard.comhttp://www.controllab. com.br  (traduzido).
WESTGARD, J.O. Abusos, Mau Uso e “Desculpas Caseiras” para problemas do CQ com Regras de Westgard. 2005. Traduzido pela ControlLab. Disponível em http://www.westgard.com e http://www.controllab.com.br/pdf/westgard_abusos.pdf (traduzido).
WESTGARD, J.O. Multirule and “Westgard Rules”: What are They? Traduzido pela ControlLab. 2003. Disponível em www.westgard.com ou www.controllab.com.br.
WESTGARD, J.O. The Do’s and Don’ts of Quality Control: Implications for Future QC Technology. Traduzido pela ControlLab. 2005. Disponível em www.westgard.com ou www.controllab.com.br.
SMILE – Johns Hopkins University – Equ.35-B-01 _ Heme Val Plan Template v.1.0.

 

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