Artigos Científicos

Edição 249 – Avaliação dos Repelentes: Efeitos na Saúde Humana

por Tedeschi, Caroline Alves²
Galvão, Valkiria²
Pereira, Fernanda Alves Cangerana²

RESUMO

Este artigo teve como objetivo avaliar os efeitos do uso de repelentes na população brasileira. Para alcançar o objetivo proposto, foram utilizadas as metodologias da revisão de literatura e a pesquisa documental junto à Anvisa referentes aos repelentes registrados e comercializados no Brasil. De acordo com a RDC nº7 de 2015 da Anvisa, os repelentes são classificados como produtos de Grau 2, compostos por Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes. Nessa categoria, constatou-se a existência de 113 produtos registrados para comercialização no Brasil. Verificou-se que, apesar do aumento do consumo devido às doenças causadas por picada dos mosquitos Aedes aegypti, a maioria dos repelentes comercializados possuem como princípio ativo as substâncias DEET, Icaridina ou IR3535, não resultando em reações tóxicas relevantes para a população, visto que essas substâncias são de baixa toxicidade ou atóxicas, como é o caso do IR3535. Faz-se necessário considerar que o uso desses produtos deve seguir rigorosamente as orientações dos fabricantes disponíveis nos rótulos das embalagens no que tange à aplicação, reaplicação, frequência e uso específico para crianças, gestantes e lactantes. No que se refere à eficácia, a Icaridina apresenta-se como mais eficaz que o IR3535 quando considerados os fatores tempo de proteção versus concentração do princípio ativo. Entretanto, a Icaridina, em alguns casos, pode apresentar moderada toxicidade, enquanto que o IR3535 é atóxico. Observa-se ainda, que mesmo diante desse cenário, o DEET é o mais comercializado e amplamente estudado no país.

PALAVRAS-CHAVE: repelente, saúde humana, princípio ativo.

SUMMARY

The aim of this article was to evaluate the effects of repellent use in Brazilian population. In order to achieve the research´s main goal, methodologies of literature review and documentary research with Anvisa were used for the repellents registered and marketed in Brazil. According to RDC n 7, 2015 from Anvisa repellents are classified as Grade 2 products consisting of Personal Care Products, Cosmetics and Perfumes. In that category it was verified the existence of 113 products registered commercialization in Brazil. It was found that despite the increase in consumption due to the diseases caused by the biting of Aedes aegypti mosquitoes, most of the repellents marketed have DEET, Icaridina or IR3535 as the active principle and do not result in toxic reactions that are relevant to population. Those substances are low toxicity or non-toxic as in IR3535. It is necessary to consider that the use of these products should strictly follow the manufacturer’s instructions available on the packaging labels as regards application,
reapplication, frequency and specific use for children, pregnant woman and infants. Regarding efficacy Icaridina appears to be more effective that IR3535 when considering the protective time versus active ingredient concentration. However, Icaridina may show moderate toxicity, whereas IR3535 is non-toxic. It is also observed that even in this scenario DEET is the most commercialized and widely studied in the country.

KEYWORDS: repellence, human health, active principle.

INTRODUÇÃO

As doenças transmitidas por insetos são consideradas um problema de saúde pública no Brasil, principalmente pelo vetor A. aegypti, responsável por doenças como a dengue, zika e chikungunya. O ressurgimento da febre amarela transmitida pelo Aedes albopictus também contribui com o aumento das taxas de morbidade e mortalidade por doenças transmitidas por vetores no país (LOPES, 2014).

O Brasil, com suas dimensões continentais, apresenta um clima tropical considerado favorável para o desenvolvimento do mosquito Aedes. Além do clima, fatores como falta de saneamento básico, destinação inadequada dos resíduos sólidos e a falta de conscientização da população sobre a necessidade constante de eliminação de criadouros para os mosquitos permitem que o número de pessoas contaminadas alcancem todas as regiões do país, provocando a ocorrência de epidemias nos principais centros urbanos, resultando no aumento na procura pelos serviços de saúde, com ocorrência de óbitos (BRASIL, 2009).

Essas doenças e sua distribuição geográfica têm relação direta com a dinâmica complexa de fatores ambientais e sociais. A maioria da população brasileira está concentrada em centros urbanos, com grande densidade demográfica que apresentam deficiências importantes no planejamento de infraestrutura sanitária, potencializando o surgimento de criadouros e, por consequência, a disseminação dos vírus e danos à saúde pública (FERREIRA FILHO, 2017).

Campanhas são constantemente divulgadas na mídia de massa, buscando promover a educação e a conscientização da importância da prevenção contra essas doenças, focadas na eliminação de criadouros, principalmente na estação do verão, quando, além das temperaturas altas, as chuvas são constantes, fatores que propiciam a eclosão de ovos do mosquito em águas paradas, dando origem a novos criadouros (FIOCRUZ, 2011).

A eliminação dos criadouros é a medida mais efetiva na prevenção dessas doenças (VALLE, 2011). No caso da febre amarela, ainda existe a prevenção pela vacinação, porém o mesmo não ocorre para os casos de dengue, zika e chikungunya.

Neste contexto, a utilização de repelentes de uso tópico também configura-se como uma maneira de evitar a picada do inseto, pois possuem a propriedade de afastá-los, formando uma camada de vapor com odor repulsivo aos insetos sobre a pele.

¹ Faculdade de Tecnologia de Jundiaí – “Deputado Ary Fossen”
²  Faculdade de Tecnologia de São Paulo

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